Defesa de Mestrado: 14 de agosto de 2018

Local: Auditório Prof. Dr. "João Paulo do Valle Mendes "/ICB/UFPA.

Horário: 08:30h

Título: Avaliação in vitro da suscetibilidade antifúngica de Fonsecaea spp

Autora: Aline Barral Takahashi

Orientador: Prof. Dr. Claudio Guedes Salgado

 

Resumo: A cromoblastomicose (CBM) é uma doença fúngica caracterizada por lesões crônicas cutâneas e subcutâneas, decorrentes da implantação transcutânea prévia de diferentes fungos negros, pertencentes a família Herpotrichiellaceae, o principal agente pertencente ao gênero Fonsecaea. A região amazônica é a principal área endêmica do Brasil, o estado do Pará a principal área endêmica no país e segunda no mundo. Não há uma padronização de tratamento, é usado a terapia medicamentosa, com diferentes esquemas, principalmente itraconazol. Novos azólicos como posaconazol e voriconazol começaram a ser utilizados, mas com limitações devido ao alto custo, o uso de métodos físicos como a criocirurgia, termoterapia, terapia a laser e a combinação de ambos. As baixas taxas de cura e altas taxas de recidivas da doença pode estar relacionado aos diferentes métodos de tratamento empregados e a própria falta de um esquema padronizado. O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade in vitro de conídios e células muriformes, induzidas in vitro, de Fonsecaea spp. frente a diferentes antifúngicos, até o momento não há estudos que avaliem a ação de fármacos usando a forma patogênica do fungo, reforçando a importância deste estudo, seguindo o método estabelecido na norma M38-A2, do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). A concentração inibitória mínima para cada fármaco utilizado foi obtida após 5 dias de interação, para conídios o posaconazol (CIMMG=0.632μg/ml) apresentou melhor atividade inibitória in vitro e para células muriformes o mais efetivo foi o voriconazol (CIMMG=1.122μg/ml). Na análise da concentração fungicida, os testes de sensibilidade in vitro para CFM, tanto em conídios quanto células muriformes, o PCZ apresentou menor valor de ação efetiva (CFMMG=6.73μg/ml, em ambos). Não foi observada diferença estatística entre os azólicos, contudo o PCZ é apresentou ação mais efetiva e demonstrou-se um potencial fármaco de escolha para o tratamento da CBM, haja vista que este mostrou-se eficaz na inibição em conídios e células muriformes. Investir em testes de sensibilidade usando as formas parasitárias é mais apropriado para que possamos conhecer e entender melhor a cerca da fisiologia desta forma fúngica, bem como correlacionar os dados obtidos in vitro com a clínica e evolução da doença.