Defesa de Tese: 07 de outubro de 2016
Local: Auditório João Paulo do Valle Mendes
Horario: 17:00h

Título: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA E ANTI-INFLAMATÓRIA DA PELLUCIDINA A E ELUCIDAÇÃO DO SEU DO MECANISMO DE AÇÃO EM MODELOS IN VIVO.

Autora: Amanda Pâmela dos Santos Queiroz 

Resumo:A Peperomia pellucida (Piperaceae) é uma planta herbácea com folhas suculentas comumente encontrada nos continentes americano e asiático, conhecida como erva-de-jabuti na Amazônia, esta planta é popularmente utilizada para tratar uma vasta gama de sintomas e doenças como conjuntivite, dor de cabeça, asma, úlcera gástrica, inflamação e artrite.

Existem várias publicações demonstrando a eficácia medicial dos extratos e oléos desta espécie, porém a avaliação da atividade de compostos isolados ainda está em seu processo inicial. A pellucidina A é um composto isolado a partir das partes aéreas da Peperomia pellucida e este estudo teve como intuito analisar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória da pellucidina A, assim como elucidar seu mecanismo de ação. Os ensaios foram realizados utilizando camundongos albinos suíços, machos (25 - 40 g), submetidos a modelos animais de dor aguda e de inflamação sub-crônica. O efeito da Pellucidina A na atividade motora foi avaliado pelo ensaio de campo aberto, nas doses de 0,5; 1 e 5 mg/kg (i.p.) e o composto não demonstrou possuir capacidade de alterar a locomoção dos animais em nenhuma das doses administradas. Para analisar a ação da pellucidina A na nocicepção os animais foram tratados nas doses de 0,5, 1 e 5 mg/kg (i.p.) e submetidos a modelos de dor aguda, como os testes de formalina, contorção abdominal induzida por ácido acético e placa-quente. No ensaio de contorção a pellucidina A conseguiu inibir em 43% o número de contorções abdominais na dose de 1 mg/kg, e 65% na dose 5 mg/kg, caracterizando dose-dependência. No teste da formalina, observou-se efeito antinociceptivo apenas dose de 5 mg/kg, com redução de 68% no tempo de lambida da pata do animal na fase inflamatória, exibindo uma resposta similar a indometacina utilizada na dose de 10 mg/kg como controle positivo para esta fase. Os animais tratados com a pellucidina A e submetidos ao ensaio da placa-quente não demonstram possuir qualquer alteração no seu tempo de latência sobre a placa, apresentando uma resposta similar aos animais tratados apenas com veículo. Para a elucidação do mecanismo de ação foi realizado o modelo de contorção abdominal, no qual a Pellucidina A foi administrada na dose padrão de 5 mg/kg (i.p.) e associada com a indometacina (5 mg/kg i.p.), a ICOX2 (10 mg/kg i.p.), a cipro-heptadina (0,5 mg/kg i.p.), a escopolamina (0,3 mg/k i.p.), a naloxona (1mg/kg i.p.) e o L-NAME (5 mg/kg i.p). A pellucidina A manifestou ação sinérgica quando associada com cipro-heptadina, escopolamina e L-NAME, apresentando uma diminuição no padrão de contorções abdominais em 97% quando associado com a cipro-heptadina, 79% associado com a escopolamina e 96% com L-NAME, demonstrando que a ação da pellucidina A é influenciada pelas vias de ação histaminérgica, muscarínica e de óxido nítrico. Para análise da atividade da pellucidina A na inflamação foi efetuado o teste de formação de granuloma induzido por pelotas de algodão, no qual a pellucidina A (10 mg/kg i.p.) apresentou atividade anti-inflamatória, reduzido em 24% a formação de granuloma nos camundongos tratados. Os resultados obtidos corroboram com a hipótese de que a Pellucidina A possui atividade analgésica por interferir no processo inflamatório, atuando como um possível agonista glicocorticóide. A análise estatística foi realizada com o software graphpad prisma 5.0, utilizando a análise de variância ANOVA, seguido do teste de Tukey, Dunnet ou Newman Keuls.