Defesa de Mestrado: 29 de novembro de 2016
Local: SAT 02/ ICB/ UFPA
Horário: 16:00h

Título: GANHO DE CONTRASTE DO POTENCIAL CORTICAL PROVOCADO VISUAL MULTIFOCAL: EFEITOS DA EXCENTRICIDADE E O DO MODO DE ESTIMULAÇÃO

Autora: Veronica Gabriela Ribeiro da Silva

Resumo: Neste estudo será avaliado as possíveis contribuições destas vias em diferentes excentricidades visuais usando o ganho de contraste como indicador fisiológico, avaliando os efeitos da excentricidade no ganho de contraste no primeiro e segundo slices do kernel de segunda ordem dos potenciais corticais provocados multifocais.

O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (023/2011 – CEP/NMT) do Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará. Quinze sujeitos (22,5 ± 3,7 anos de idade) com visão normal foram testados. O estímulo foi gerado através do VERIS Software (EDI, San Mateo, CA) e consistiu em um tabuleiro de dardos ocupando 44° do ângulo visual, com 60 setores escalonados considerando a magnificação cortical, onde cada setor continha 16 quadrados (8 pretos e 8 brancos) com contraste espacial de luminância e luminância média de 40 cd/m², mostrados através de um monitor CRT, situado a uma distância de 32 cm do indivíduo testado. Cada setor foi temporalmente modulado por uma sequência-m pseudo-aleatória no modo de apresentação de padrão reverso em cinco contrastes de Michelson entre 6,25-100%. Foram extraídos os dados do primeiro (K2.1) e segundo (K2.2) slices do kernel de segunda ordem dos potenciais corticais provocados visuais multifocais (mfVEPs). Calcularam-se os valores médios de amplitude de registros correspondentes a 6 diferentes anéis de mesma excentricidade no campo visual (R1 e R6 sendo os anéis mais interno e externo, respectivamente) em função do contraste do estímulo. Os dados de amplitude em função do contraste do estímulo foram modelados por funções de Michaelis-Menten. A constante de semissaturação (C50) do modelo foi o indicador inversamente proporcional do ganho de contraste da função. Resultados para o modo de estimulação de padrão reverso mostraram que a variação do C50 do potencial cortical provocado visual foi semelhante em ambos os slices do kernel de segunda ordem. O C50 foi alto nos anéis centrais (R1-R2) e mais periférico (R6) e foi menor nos anéis intermediários (R3-R5). O C50 médio estimado de K2.1 foi de 28,52 ± 11,95 em R1, 27 ± 14,3 em R2, 21,3 ± 11,4 em R3, 20 ± 6,6 em R4, 22 ± 8 em R5 e 27,8 ± 10,7 em R6. O C50 médio estimado de K2.2 de 34,7 ± 9,5 em R1, 26,7 ± 5,6 em R2, 13 ± 3,6 em R3, 17,9 ± 3,3 em R4, 20,5 ± 16,1 em R5 e 39 ± 16,3 em R6. Sabe-se, portanto, que a excentricidade influenciou no valor de C50 das funções de respostas ao contraste. O centro do campo visual recebe contribuição de um mecanismo de menor ganho de contraste (via P) e nas regiões paracentrais há predomínio de atividade de mecanismo com maior ganho de contraste (via M).