Defesa de Doutorado: 04/07/2019
Local: AUDITÓRIO PROF. DR. "JOÃO PAULO DO VALLE MENDES"/ICB/UFPA.
Horário: 15h
Título: CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE TUMORES MAMÁRIOS CANINOS: IDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES DE DIAGNÓSTICO, PROGNÓSTICO E DE SUSCEPTIBILIDADE
Discente: DANILO DO ROSÁRIO PINHEIRO
Docente: BARBARA DO NASCIMENTO BORGES
Resumo: Em fêmeas caninas, os tumores de mama são os mais frequentemente diagnosticados, especialmente em animais não castrados. São altamente agressivos, de etiologia multifatorial e heterogêneos, com diferentes características histopatológicas, moleculares e clínicas, resultando em diferentes prognósticos e resposta ao tratamento. Apesar de ser considerado um modelo para a carcinogênese mamária humana, pouco ainda se sabe sobre estes tumores em caninos, sendo estes diagnosticados geralmente em estágio avançado e tendo a cirurgia de ressecção tumoral como terapia ouro para a espécie. Assim, o trabalho teve como objetivos identificar os diferentes subtipos de tumores mamários de cadelas, bem como potenciais marcadores de diagnóstico, prognóstico e de susceptibilidade. Para tanto, amostras caninas de tecido neoplásico e não-neoplásico de mama foram coletadas no Hospital Veterinário da UFRA (HOVET). A identificação dos subtipos moleculares em Luminal-A e -B, HER-2+ e Triplo Negativo foi realizada por imunohistoquímica. Além disso, a identificação de marcadores diagnósticos e prognósticos, foi realizada a quantificação da expressão gênica dos genes CCNA2, CCNB2, TTK, CHEK2, TP53, MDM2, PCGF1, PCGF2 e TGF1 por PCR em tempo real utilizando o sistema TaqMan. A identificação de marcadores de susceptibilidade foi realizada na plataforma de array SNP Affymetrix 700k (Affymetrix Inc.) seguindo os protocolos do fabricante. A correlação entre os resultados obtidos foi realizada por análise estatística, sendo que resultados com p<0,05 foram considerados significativos. As análises de imuno-histoquímica mostraram a presença de todos os quatro subtipos moleculares previamente descritos para caninos, com prevalência maior dos subtipos positivos para receptores de estrogênio e progesterona (Luminal-A e Luminal-B) e de amostras com Ki67 acima de 10%, sugerindo que, apesar da maioria das amostras serem responsivas ao tratamento com antiestrogênicos, são majoritariamente mais agressivas, com alto índice de proliferação celular. Com exceção de TGF1 e PCGF2, todos os outros genes apresentaram valor diagnóstico para o câncer de mama canino. Em relação ao uso como prognóstico, foi observada a correlação entre a expressão de CCNA2 e subtipos Luminal-A e -B, de TTK com Triplo Negativo, de PCGF1 com sobrevida e MDM2 com a presença de pseudociese. Quando comparadas as amostras tumorais em relação às amostras controle (sem histórico de tumor), foram identificados diversos SNPs em sete genes codificadores de proteína, sendo estes potenciais marcadores de susceptibilidade ao câncer de mama em cães. Os resultados obtidos possuem potencial aplicabilidade na rotina veterinária, permitindo uma identificação precoce do tumor, bem como direcionando o tratamento do animal.