Qualificação de Mestrado

Data: 05 de outubro de 2016

Hora: 09h

Local: Faculdade de Farmácia / ICB/ UFPA

Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM PORTADORAS DE HIV/AIDS.

 

Autora: Michelle de Jesus Castro Barros 

Orientadora: Profa. Dra. Marta Chagas Monteiro

Resumo:O câncer do colo do útero é um crítico problema de saúde pública mundial, considerado a terceira causa de câncer mais incidente em mulheres em todo mundo,

representando cerca de 9% dos casos, com estimativa de 529.000 casos e 275.000 óbitos por ano. As mulheres HIV positivas são cinco vezes mais propensas à infecção concomitante pelo HPV. Os seus sistemas imunitários debilitados tornam-nas mais susceptíveis à infecção por múltiplos vírus HPV, além de possuírem menor capacidade de eliminá-los e, consequentemente, maior persistência da lesão e evolução para cancro cervical. A oncogênese cervical pode ser ocasionada também por vários fatores de risco (multifatorial), tais como: fatores imunológicos, genéticos, relacionados ao hospedeiro, a causas comportamentais, associações com infecções, principalmente virais, como por HPV (papiloma vírus humano) e HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). Além disso, fatores clínicos ou epidemiológicos também estão envolvidos nessa patologia, destacando-se: o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros, a baixa escolaridade e renda, a multiparidade e a história das infecções. Considerando essa discussão, esta pesquisa teve como objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e os fatores de risco de pacientes com câncer de colo de útero portadoras de HIV/AIDS, no período de 2011 a 2016, acompanhadas na URE-DIPE. Foi realizado um estudo de caráter descritivo, retrospectivo e prospectivo do tipo corte transversal, vinculado a uma abordagem quantitativa de casos de câncer de útero. Casos esses colhidos por meio através da pesquisa em prontuários. Fizeram parte do estudo 282 mulheres submetidas ao exame de prevenção do câncer de útero em acompanhamento ambulatorial, na unidade de referência em doenças infecto-parasitárias especiais. Essa pesquisa evidenciou que 106 mulheres apresentam/ atipias celulares, a faixa etária de 26 – 35anos, com 62% (123/282), foi a mais prevalente; a maioria apresentou baixo nível de escolaridade, 54,25% (153/282). Quanto aos agentes microbiológicos, identificou-se a ocorrência, com maior frequência, de Gardinerela, 30,14% (85/282); bacilos, 18,44% (52/282); e HPV, 17,02% (48/282). Dentre os 106 esfregaços citopatolpógicos alterados, 59% tiveram presença de NIC I (63/282), os outros 39% (41/282), de NIC II ou III, equivalentes à lesão de alto grau, e 2% apresentaram carcinoma epidermóide invasor (2/282). Houve a prevalência do diagnóstico de NIC I em todos os grupos de contagem de células CD4+, exceto nos que apresentaram CD4+, entre 50 a 200 célula/ mm3.O estudo evidenciou, também, que na associação entre NIC citopatológico e a carga viral de RNA-HIV, houve maior carga viral em 9% (10/282) das 16 pacientes com exames citopatológicos que revelaram NIC de grau mais elevado.