Defesa de Mestrado: 12/04/2019
Local: AUDITÓRIO PROF. DR. "JOÃO PAULO DO VALLE MENDES"/ICB/UFPA.
Horário: 14h
Título: EFEITOS DA EXPOSIÇÃO AO ACETATO DE CHUMBO A LONGO PRAZO SOBRE A MEDULA ESPINHAL DE RATOS: INVESTIGAÇÃO DE ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS E HISTOLÓGICAS
Discente: DANNILO ROBERTO FERREIRA DA SILVA
Docente: RAFAEL RODRIGUES LIMA
Resumo: O chumbo (Pb) é um metal naturalmente encontrado na crosta terrestre, é um dos mais utilizados no setor industrial e apresenta um grande potencial tóxico. A exposição humana ao Pb ocorre, principalmente, através do sistema gastrointestinal e respiratório. Uma vez na corrente sanguínea, o Pb é capaz de se difundir pelo corpo, depositando-se em diversos órgãos e tecidos. O sistema nervoso central (SNC) é considerado como um dos sistemas mais sensíveis a exposição ao Pb. Mesmo com diversos estudos a respeito de danos provocados por exposições ao Pb, existe uma lacuna na literatura a respeito dos efeitos toxicológicos do Pb sobre a medula espinhal. Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar os possíveis efeitos bioquímicos e teciduais induzidos pela exposição a longo prazo ao acetato de Pb sobre a medula espinhal de ratos. Como metodologia, realizamos exposição a longo prazo ao acetato de Pb (dose de 50 mg/Kg diárias durante 55 dias) em 36 ratos albinos da espécie Rattus norvegicus, linhagem Wistar (18 animais controle e 18 animais expostos), machos, com massa corpórea entre 120 e 150 g e com 30 dias de vida. Após a finalização do período de exposição, os animais foram eutanasiados para coleta da medula espinhal para mensuração dos níveis de Pb através de espectrometria de absorção atômica e análises da bioquímica oxidativa de parâmetros pró-oxidantes, como níveis de malondialdeído, para caracterização da peroxidação lipídica (LPO), níveis de nitritos (metabólito do óxido nítrico) e a atividade antioxidante contra radicais peroxil (ACAP). Outros animais foram perfundidos e suas medulas espinhais destinadas ao processamento histológico para análises morfológicas através de morfometria das regiões de substância branca e cinzenta, com coloração em hematoxilina e eosina e subsequente mensuração da densidade de motoneurônios, bem como, imunohistoquímica para quantificação de neurônios maduros e reatividade da proteína básica de mielina na bainha de mielina. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, em seguida aplicados ao Teste-t de Student e teste Mann Whitney de acordo com cada análise, com nível de significância p<0,05 para todos. Nossos resultados demonstram aumento significativo dos níveis de Pb na medula espinhal de ratos expostos quando comparados aos animais controle, com redução da atividade Antioxidante contra Radicais Peroxil, entretanto sem alterações em parâmetros pró-oxidantes. Além disso, houve a diminuição no número de neurônios motores na região do corno anterior (cervical, torácico e lombar), bem como a redução da densidade neurônio maduros e diminuição da imunomarcação para bainha de mielina nos segmentos torácico e lombar. Concluímos que o a exposição ao acetato de Pb a longo prazo promoveu a diminuição de neurônios totais no corno anterior, bem como a redução da bainha de mielina na substancia branca, com redução da capacidade antioxidante. Nossos resultados sugerem que o dano tecidual promovido pela exposição ao acetato de chumbo pode ser decorrente de outros mecanismos que não apenas o estresse oxidativo.