Defesa de Mestrado: 06/09/2019
Local: Auditório Vivaldo de Oliveira Reis Filho do NTPC/UFPA - PRÉDIO I
Horário: 10h
Título: ACOPLAMENTO DINÂMICO ENTRE OS SISTEMAS NERVOSO CENTRAL E AUTONÔMICO CARDÍACO EM PACIENTES COM EPILEPSIA REFRATÁRIA
Discente: ELINE MESQUITA MELO
Docente: ANTONIO PEREIRA JUNIOR
Resumo: A epilepsia é um distúrbio cerebral crônico caracterizado pela hiper sincronização de grupos neuronais. Cerca de 30% dos indivíduos com epilepsia são refratários ao tratamento farmacológico. Alguns destes pacientes, entretanto, não são candidatos ao tratamento cirúrgico com finalidade de remover a zona epileptogênica (ZE). Os mecanismos subjacentes à refratariedade ainda não são completamente entendidos, mas existem várias hipóteses para explicar as possíveis causas. Segundo a hipótese da rede neural, a remodelação plástica de circuitos neurais induzida por crises epiléticas pode contribuir para a formação de redes neurais anormais que suprime o efeito inibitório do sistema antiepiléptico endógeno e também previne as Drogas Anti-Epilépticas de acessar seus alvos. Desta forma, as convulsões epiléticas alteram a dinâmica das redes neurais corticais, porém, essas alterações não se restringem ao Sistema Nervoso Central (SNC), alteram a atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e comprometem a função cardíaca. O objetivo deste trabalho foi verificar a interação entre o córtex cerebral e o sistema autônomo cardíaco através da avaliação espectral e temporal da correlação da atividade eletrofisiológica cortical e cardíaca. As medidas utilizadas foram a potência média do sinal elétrico cortical em faixas espectrais distintas do Eletroencefalograma (EEG), a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) (definida através dos parâmetros RMSSD (Raiz quadrada da média do somatório dos quadrados das diferenças entre os intervalos NN adjacentes), SD1 (Desvio padrão de curto prazo), SDNN (Desvio padrão entre os intervalos NN)), e o Potencial cortical evocado cardíaco (HEP) em indivíduos com epilepsia refratária e o controle. Os resultados mostraram que ocorre uma correlação significativa (p<0,05) entre a potência média do ritmo delta e RMSSD, SD1 nas regiões: frontal, central, temporal e occipital. A potência média do ritmo Teta apresentou correlação significativa com SDNN em todas as regiões nos pacientes com epilepsia. A análise do HEP indicou diferenças (p=0,05) na latência em janelas de tempo distintas entre os grupos nos canais: Fpz, Fz, F8, F4, F3, Cz, C3, Pz, P4, T3, T4, T6 e O1. Nossos resultados indicam um acoplamento dinâmico entre a atividade cortical e cardíaca diferenciada em pacientes com epilepsia refratária.