Qualificação de Mestrado: 17 de julho de 2017
Local: Auditório João Paulo do Valle Mendes/ ICB
Horário: 09:30h

Título: Suscetibilidade das formas patogênicas de Fonsecaea spp aos antifúngicos azólicos

Autora: Aline Barral Takahashi

Resumo: A cromoblastomicose (CBM) é uma doença fúngica caracterizada por lesões crônicas cutâneas e subcutâneas decorrentes da implantação transcutânea prévia de diferentes fungos negros, pertencentes a família Herpotrichiellaceae, sendo o principal agente pertencente ao gênero Fonsecaea. A região amazônica é a principal área endêmica do Brasil, sendo o estado do Pará a principal área endêmica no país e segunda no mundo.

Não há uma padronização do tratamento para doença, sendo usado a terapia medicamentosa, com diferentes esquemas, principalmente itraconazol (ITZ 200-400mg/dia). Novos azólicos como posaconazol (PCZ) e voriconazol (VCZ) começaram a ser utilizados, mas com limitações devido ao alto custo dos mesmos, além do uso de métodos físicos como a criocirurgia, termoterapias, terapia a laser e a combinação de ambos. A dificuldade na obtenção de um esquema terapêutico padronizado é reflexo das baixas taxas de cura e altas taxas de recidivas da doença que pode estar relacionado aos diferentes métodos de tratamento empregados, aliado à escassez de estudos que relacionem a suscetibilidade de fungos negros a diferentes fármacos disponíveis. Até o momento não há estudos que avaliem a ação de fármacos antifúngicos usando a forma patogênica encontrada no hospedeiro humano (células muriformes), reforçando a importância de se avaliar a suscetibilidade in vitro das formas patogênicas de Fonsecaea spp. a antifúngicos azólicos, obtidas a partir de isolados clínicos de pacientes atendidos na URE Dr. Marcello Candia. Foi avaliado a suscetibilidade das células muriformes induzidas in vitro em relação aos antifúngicos itraconazol (ITZ) e posaconazol (PCZ) com adaptações das recomendações preconizadas na norma M38-A2, do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). A concentração inibitória mínima (CIM) para cada fármaco utilizado foi obtida após 5 dias de interação, o PCZ apresentou melhor atividade inibitória in vitro (CIM= 0,25μg/ml) em relação ao ITZ (CIM=2μg/ml). Quando avaliamos a concentração fungicida mínima (CFM) observamos novamente que o PCZ obteve a maior eficácia (CFM=1μg/ml) em relação ao ITZ (CFM=2μg/ml). Os dados foram avaliados pela média geométrica da CIM (MGPOS= 0.84 e MGITZ=2.82), CFM (MGPOS= 1.18 e MGITZ=2.82) e leitura de densidade óptica a 530nm (p<0.05).